sábado, 17 de novembro de 2007

O Baile de Inverno - parte 1

O mês de novembro avançava, sem muitas novidades. Arion estava preparando-se para os N.I.E.Ms, acompanhado de Natalie que, embora cursasse o sexto ano, queria ajudar o amigo. Não estava tendo dificuldade com as matérias, tanto na teoria quanto na prática, sendo quase tão boa quanto Hermione e sendo também um valioso apoio para Arion, quando este via-se em algum aperto. Naquela manhã, os inseparáveis conversavam sobre o Baile de Inverno que estava próximo.

_O que eu devo Vestir ein? _Perguntou Sophia.

_Um Vestido dã! _ disse Naty entre risos.

_Eu sei, mas qual cor, estou indecisa. _ Insistiu.

_Não precisa escolher muito, você fica linda em qualquer roupa. _ setenciou Diego.

_Ai, ai, ai... _ debochou Hannah

_Bom, vou decidir isto depois.

_Perfeito! - Disseram em coro os garotos.

_Maravilha _ disse Lily.

Os preparativos para o Baile de Inverno estavam quase finalizados. A música seria, desta vez, por conta de uma banda experimental, formada pelos integrantes das Esquisitonas e do Vassouras Douradas, que estavam preparando um disco conjunto de ambas as bandas, a ser gravado ao vivo, durante o baile. Todos estavam dando um trato nas vestes a rigor, querendo se apresentar da melhor maneira possível, inclusive Natalie, Amanda, Lily e Sophia, mesmo que naquela semana as quatro estivessem estranhamente intratáveis e mal-humoradas, com pequenas nuvens negras sobre as cabeças, as quais soltavam relâmpagos de forma intermitente.

Os rapazes perceberam aquilo e acharam melhor deixar as garotas em paz, o que elas agradeceram.

_Então tudo bem. _ disse Diego _ Assim poderemos nos concentrar em nossa surpresa para o Baile.

_Surpresa? O que vocês vão aprontar? _ perguntou Sophia.

_Se nós dissermos... _ disse Arion.

_Deixará de ser surpresa... _ continuou Cabelu.

_Esperem e verão... _ disse Victor.

_Garantimos que não vão se arrepender. _ concluiu Diego. Os quatro saíram, deixando as garotas mordidas de curiosidade, ainda com as nuvenzinhas sobre as cabeças.

A caminho da Sala Precisa, Arion perguntou:

_E qual era a daquelas nuvens?

_O que você acha, Arion Comentou Diego _ Sempre convivi com duas mulheres em casa. Aquilo é o que acontece nos dias que antecedem ?aqueles dias?.

_Quer dizer...

_T... _ disse Cabelu.

_P... _ continuou Diego.

_M. _ concluiu Arion.

_Caracas! Mas as quatro ao mesmo tempo?

Diego tentou concluir:

_Acho que se um grupo de garotas convive junto durante um tempo prolongado, seus ciclos tendem a se harmonizar.

_Então quando descer...

_Teremos nossas namoradas e amigas de volta ao seu estado normal.

_Só espero que seja antes do Baile.

_Minha tia ficava mais ou menos do mesmo jeito delas e o meu tio vivia reclamando que bruxas não deveriam ter TPM, que era coisa de trouxas e eu expliquei que era outro daqueles desafios à medicina, tanto trouxa quanto bruxa e que não importava se bruxa ou trouxa, bastava ser mulher. Aí ele dizia que TPM significava outra coisa, além de Tensão Pré-Menstrual. _ comentou Diego

_O que? _ perguntou Victor, os dois haviam começado a conversar por estes dias.

_Tormentos Para Maridos. _ entre risos, os quatro chegaram à porta da Sala Precisa, concentraram-se no que queriam e entraram.

Na noite do Baile de Inverno, os estudantes já estavam em preparativos. Hermione tinha resolvido ajudar as garotas da Grifinória a arrumar seus cabelos mostrando lhes como usar a Poção Capilar Alisante, a fim de compor o penteado que desejavam. Arion não teve tanta dificuldade, precisando apenas de uma certa quantidade de gel de cabelo, ficando o retrato vivo de seu pai. Envergou as vestes a rigor verde-garrafa. Cabelu vestia um azul-petróleo. As vestes de Victor eram ameixa-escuro e muito elegantes e Diego, vestia preto com gola alta, o que lhe caía muito bem.

As garotas, já há alguns dias sem as nuvens de tempestade sobre as cabeças (a TPM já havia passado, pelas razões pertinentes), desceram as escadas do Saguão e, ao vê-las, os quatro rapazes ficaram sem fôlego. Elas estavam simplesmente deslumbrantes, usando uma maquiagem bem suave. Sophia usava um conjunto em verde-claro, que destacava seus cabelos loiros. Usava sua pulseira e tinha no pescoço a corrente de ouro que Diego lhe dera no Natal. Lily vestia cinza-azulado, em uma tonalidade semelhante à dos seus olhos e seus cabelos loiros, agora bastante limpos e bem cortados,prendiam-se em uma trança no alto da cabeça. As vestes de Amanda eram azul-celeste, e ela trazia os cabelos em um coque preso com uma pequena rede de ouro e usava brincos antigos, que haviam pertencido à sua avó. Mas Natalie...

Trajava um conjunto de vestes a rigor lilás, complementadas por pequenos brincos, anéis e pulseiras discretos, tudo em ouro amarelo e branco, assim como a fita que dava forma ao seu penteado. Completava o conjunto uma bela e estreita tiara cravejada de pequenos brilhantes. Uma verdadeira princesa. Diego lembrou-se do que pensara da primeira vez em que havia visto Sophia e pensou: ?Desta vez não só um, mas quatro anjos desceram à Terra?. Os rapazes ofereceram o braço às suas damas e adentraram o Salão Principal.

Lá dentro, encontraram-se com os colegas, que não puderam deixar de comentar a beleza das quatro jovens, embora houvessem várias outras garotas muito bem vestidas. Alguns convidados de fora de Hogwarts começaram a chegar. Cornelius Fudge e sua esposa cumprimentaram Dumbledore, Harry e seus amigos. Em seguida, para alegria de Hagrid, Madame Olímpia Maxime, diretora da Academia Beauxbatons, chegou, acompanhada de Fleur e Gui. Viktor Krum, agente da Ordem da Fênix na Região dos Bálcãs, veio acompanhado de sua prima, uma bela morena chamada Elisabeta Krum. Madame Rosmerta entrou no Salão Principal trajando vestes a rigor em tonalidade vinho e dirigindo-se, para espanto de todos, até onde encontrava-se o Prof. Snape. Este, ao vê-la, levantou-se e foi ao seu encontro. Ante os olhos admirados de todos os presentes, trocaram um romântico beijo e Snape, oferecendo-lhe o braço, conduziu-a até sua mesa, ajeitando a cadeira para que ela se sentasse. Diego sorriu internamente, lembrando-se da conversa que tiveram no três vassouras.

As bandas foram chamadas ao palco e deram início ao baile e os casais começaram a dançar. Jana Feubor que havia acabado de chegar, ficou quase da cor de um fantasma, ao ver que Sophia estava linda. Com a raiva, parte do seu pileque passou. Mesmo antes do baile, já consumira uma razoável quantidade de uísque de fogo que contrabandeara para o dormitório, fato que já havia ocorrido anteriormente, por diversas vezes. Usava vestes a rigor vermelhas com detalhes em dourado, de um modelito ousado e provocante, em estilo oriental. Insinuava-se ora para um ora para outro rapaz, já tendo dançado com vários, inclusive Colin Creevey, Roger Davies, Dino Thomas (Martinette ficou uma fera) e Michael Corner. Diego comentou com Sofi e Arion:

_Se Jana não parar de beber e de se abrir para todos os rapazes do salão, acho que iremos ter uma cena bastante desagradável logo mais.

_Tem razão, Diego. _ disse Draco. _ Acho melhor chamarmos Cabelu e Victor, para anteciparmos nossa surpresa.

Diego fez um sinal para Cabelu, que encontrava-se perto do palco e este fez um sinal para o vocalista. Em seguida ele e Victor juntaram-se aos dois. A banda começou a tocar uma outra música, uma música no ritmo dos antigos clássicos musicais de Hollywood. Imediatamente os quatro enlaçaram suas garotas e começaram a dançar, com estilo. As garotas estavam sentindo uma certa dificuldade para acompanhá-los, ao que cada um deles disse, ao ouvido de seu par: ?Apenas sigam pelo Ki?.

Os quatro casais dançavam no centro do salão, todos os outros abrindo espaço e assistindo, de queixo caído, àquele espetáculo digno da Broadway. Mais ou menos pela metade da música, os rapazes soltaram suas damas e deram início a uma elaboradíssima coreografia masculina, mesclando passos de ?A Lenda dos Beijos Perdidos?, ?Cantando na Chuva?, ?Sete Noivas para Sete Irmãos?, ?Os Embalos de Sábado à Noite?, ?Grease? I e II, ?All That Jazz?, ?Fama? e ?Xanadu?. Seus passos eram totalmente coordenados, cada um seguindo o Ki do outro em uma perfeita harmonia, como se fossem uma só pessoa. Quando aproximavam-se os acordes finais, os quatro deslizaram pelo chão de joelhos, parando cada um à frente de sua namorada, ajoelhado sobre o joelho esquerdo e com o braço direito estendido para a dama. Instintivamente cada uma delas estendeu o braço esquerdo, seu parceiro levantando-se, tomando-a pela mão e atraindo-a para si em um rodopio, enlaçando-a e abraçando-a por trás e, finalmente, ambos inclinando a cabeça, concluindo com um beijo que coincidia com a execução da nota final da música. Foi um choque para todos quando Lily se deixou beijar por Arion.

O eco dos aplausos reboou pelo Salão Principal, todos batendo palmas, sem exceção. Jana aplaudia, entusiasticamente. Até mesmo os sonserinos mais radicais manifestavam sua admiração pela habilidade demonstrada por Diego, Victor, Arion e Cabelu. Quando cessaram as palmas, Dumbledore aproximou-se dos quatro, vibrando de contentamento.

_Maravilhoso, rapazes. Absolutamente fantástico. Isso é algo que remonta aos tempos áureos de Hogwarts. Uma das mais belas manifestações da cultura trouxa, o cinema, principalmente os musicais. O pessoal que estava gravando o clip para o conjunto registrou tudo, do início ao fim. Mas de onde surgiu essa idéia?

Diego então falou:

_Primeiro eu e Cabelu pensamos em fazer uma homenagem as garotas, por serem tão especiais pra nós.

_Nós também ficamos boquiabertas. _ disse Sofi_ Quando Diego e os outros rapazes disseram que nos fariam uma surpresa nesse baile eu não imaginei que seria isso. Muito obrigada, meu amor. _ e beijou o namorado. Arion continuou a explicação:

_Então pensamos em homenagear a nossas namoradas. _e olhando para Lily. _ e amigas. Pedimos para que a Sala Precisa recriasse um Home Theater e dezenas de DVDs com musicais trouxas de Hollywood, para aprendermos os passos dos números de dança. Tomamos uma verdadeira overdose de cinema. Mas tivemos uma grande ajuda. _ e apontou para uma das portas do Salão, de onde, vestindo bem talhados smokings, dois fantasmas acenavam para eles. Um era o de um homem alto, magro e meio calvo e o outro era o de um homem mais baixo, com um sorriso cativante, cujos olhos estreitavam-se quando sorria. Fred Astaire e Gene Kelly, dois verdadeiros magos da dança, haviam vindo diretamente do além para prestar uma assessoria ao quarteto de rapazes apaixonados.

Enquanto o baile seguia, foi ficando cada vez mais evidente e desagradável o comportamento de Jana, que parecia estar abrindo caminho até Diego e Sofi. Ela comentou com o namorado:

_Ela está totalmente embriagada. E não é a primeira vez. Ela tem bebido um bocado no decorrer do ano e isso inclusive tem interferido com o desempenho dela nos obliviadores e nos estudos. Eu soube pela Luna que ela está a um passo de ser internada na ala hospitalar. E, o que é pior, ela não quer admitir que tem um problema.

_ Repararam que Jana está meio que abrindo caminho até aqui, pedindo às damas que a deixem dançar com seus pares? Logo você será o alvo dela, Sofi. Com certeza ela vai pedir para que você ceda o Di para uma dança e aposto que vai armar um barraco se você recusar. _ Disse Naty que dançava com Victor

_Tudo bem, Naty. Acho que eu vou deixar.

_O que? _ espantou-se Diego _ Vai deixar que eu dance com ela, se ela vier pedir?

_Sim, querido. Vamos dar corda para ver até onde ela vai. Aposto que vai tentar arrastá-lo, discretamente, para os jardins. Se ela fizer isso, acompanhe-a, sem mostrar desconfiança. Tome, é uma jóia de comunicação, saberei o que se passa.

_Genial, meu amor. Jamais me separarei dela. Vou deixá-la ligada o tempo todo para você saber o que vai rolar. Só que você podia ter um pouquinho mais de pena de mim, Sofi.

_???

_Não se esqueça de que sou eu que vou ter de agüentar o ?perfumezinho? de destilaria que ela, com certeza, está exalando. Mas será um pequeno sacrifício para resolver essa questão e livrá-la de um mico maior do que o que ela já está pagando.

Dito e feito. Jana pediu a Sofi que deixasse Diego dançar uma música com ela e meio que se surpreendeu da loira deixar. No meio da música, deu um jeito de arrastá-lo até os jardins. Sentaram-se em um banco e Diego perguntou :

_Por que você está fazendo isso, Feubor? Para que esse papelão?

Com a voz pastosa pela embriaguez, Jana disse:

_Diego, essa foi a única maneira de você prestar atenção em mim. O que aquele Leprechaun da Sophia tem que eu não tenho?

_Eu poderia enumerar muitas coisas, entre elas o caráter, a honestidade e o coração puro mas, no momento, basta dizer que é a ela que eu amo. Não há nada que você possa fazer quanto a isso. Além do mais só aquele golpe baixíssimo, no qual você teve a coragem de envolver o Malfoy, já mostrou o suficiente quem você é ou, pelo menos, quem você está tentando ser.

_Eu amo você, Di. E estou disposta a qualquer coisa para tê-lo comigo. Qualquer coisa. E além do mais Draco não parecia estar mostrando desagrado com aquilo.

_Não percebe que atitudes desse tipo só servem para afastar as pessoas de você? Não se iluda. Eu jamais abandonaria Sofi por sua causa ou por causa de qualquer outra. Além do mais isso não é amor e sim obsessão. Você inventou que tem de entrar em uma disputa com Sofi, na qual o prêmio sou eu. Nada a ver, Feubor. Além de eu não ser um troféu, essa disputa só existe na sua cabeça, não passa de um capricho de uma garota rica e mimada, que não admite o fato de não ser o centro das atenções e quer forçar a barra para recriar um amor que não mais existe. Isso é uma grande infantilidade.

_E se ela nos pegasse aqui e agora... assim? _ e pregou em Diego um beijo de sugar a alma. Em lugar de sentir qualquer excitação, ainda que fisiológica, ele sentia-se era enjoado pelo hálito carregado de álcool da garota. Ao término do beijo, ele disse a ela:

_Não aconteceria nada porque, em primeiro lugar, ela está sabendo de tudo o que acontece, através disto aqui. _ e mostrou a jóia de comunicação no seu pulso. A garota ficou cinzenta de susto.

_F-foi tudo combinado? Sofi estava sabendo de tudo?

_Pensei que você, assim tão experiente em armações, soubesse reconhecer uma quando a visse. Acha que eu teria te acompanhado com tanta facilidade se não houvesse um motivo para isso? Sofi e eu combinamos tudo com a finalidade de tentar trazer você de volta à razão. _ Sofi chegava naquele exato momento e complementava as palavras dele:

_É verdade, Jana. Nós não lhe queremos mal. Acontece que essa obsessão só está servindo para prejudicar você. De tanto pensar só no Di, que não está mais disponível, você está perdendo tempo em não perceber outros rapazes. Só que nenhum deles vai querer saber de uma garota que fica por aí se embriagando e se atirando para todos, tentando atrair a atenção de um. Isso apenas os afasta. Além disso, por mais que você tenha tentado nos prejudicar este ano, Diego e eu gostamos de você _ e o garoto concordou, acenando com a cabeça _ e ficaríamos muito magoados se soubéssemos ter qualquer parcela de responsabilidade se, por acaso, você se tornar uma alcoólatra.

Jana tinha os olhos marejados de lágrimas, por tomar consciência da seqüência de besteiras que andara fazendo desde o início do ano. Deixou que elas corressem livremente, enquanto era confortada por Sofi e Di, sentados um de cada lado dela. Diego então disse, com voz suave e de maneira até carinhosa:

_Jan, nem sempre as coisas que precisamos ouvir são agradáveis, o que não quer dizer que não precisemos ouvi-las. Agora vamos procurar o Prof. Snape e ver se ele tem um pouco de Poção para Curar Bebedeiras. Aí você toma uma dose e ainda pode aproveitar o restante do baile. Vamos lá.

_Não será necessário, Diego. _ ouviu-se uma voz etérea ao lado deles _ Eu sempre tenho um pouco comigo, para o caso de alguém se exceder nas festas. Podem deixá-la comigo e vão curtir o baile.

_Obrigado. _ disseram juntos, retornando para o Salão Principal.

_Venha, minha querida. Tome a poção e volte para junto dos outros. _ela tomou a poção. Imediatamente a tontura e a embriaguez passaram.

_Querida, que tal agora você ir para o Salão Principal e, no próximo intervalo que a banda fizer você subir ao palco e se retratar publicamente por suas atitudes, prometendo que não vai mais incomodar Sr Blanc e a Srta Fleurs?

_Sim, senhora. Excelente idéia. _ e, imediatamente, Jana retornou ao Salão Principal, com uma expressão leve e despreocupada em sua face.

Quem olhasse para o rosto da professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, perceberia um sorriso, porém muito diferente daquele com o qual os alunos estavam acostumados. Era um sorriso maligno, com a boca crispada em um esgar, encimada por narinas frementes e olhos que, aumentados pelas lentes de seus óculos, brilhavam de modo insano, fanático.

No Salão Principal a banda havia feito um intervalo. Nesse meio tempo, Jana foi conversar com o vocalista e, em seguida ele subiu ao palco, dizendo:

_Senhoras e senhores, a Srta. Jana Feubor tem algo a dizer para todos vocês. _ Todos esperavam um monte de abobrinhas ditas com voz pastosa mas, quando ela começou a falar, foi com voz firme e sóbria, depois de fazer uma reverência:

_Boa noite. Tenho muito a lhes dizer. Primeiramente queria pedir desculpas por meu comportamento desde o começo do ano, o qual foi totalmente indigno de uma aluna de Hogwarts, membro da Casa Corvinal e, principalmente, para uma amiga. Estou certa de que meus pais e mesmo meus ancestrais mais remotos devem estar bastante descontentes, sentindo-se desonrados pela minha conduta. Me excedi na bebida freqüentemente, permitindo que isso interferisse no meu desempenho escolar, social e esportivo. Acredito que devo estar, no mínimo, beirando a dependência. Me portei de maneira inconveniente, obcecada por um amor que não era recíproco, prejudiquei a harmonia de várias pessoas que só queriam o meu bem. Agi como uma menina mimada e caprichosa, fiz coisas desejando o mal de dois grandes amigos que formam um casal perfeito, apenas porque achava ser possível acender um amor que não existia. Envenenei meu espírito, impedindo sua elevação e agora, perante Deus e em nome de Merlin, quero me retratar com todos vocês, declarando estar arrependida de tudo o que fiz e prometendo fazer de tudo para consertar o mal que fiz, especialmente a Diego Blanc e sophia Fleurs. Adoro vocês e prometo nunca mais incomodá-los. Minhas mais sinceras desculpas. _ e, fazendo uma nova reverência, terminou de falar e desceu do palco, sendo alvo de estrondosos aplausos. Ao passar por onde estavam os Inseparáveis, foi cercada por eles e calorosamente abraçada recebendo, ao mesmo tempo, um beijo de Sofi e outro de Di, um em cada face. Pouco depois a banda recomeçou a tocar. Jana foi tirada para dançar por Luke Donovan, aluno do sétimo ano, da Casa Lufa-Lufa. Os dois não se largaram mais por todo o resto do baile. O Prof. Snape, acompanhado por Madame Rosmerta, aproximou-se e disse:

_Não se preocupe, Srta. Jana. Compareça amanhã na ala hospitalar e procure por Madame Pomfrey, para iniciar um tratamento com algo que eu e ela inventamos, a Poção Abstemius. Garanto que, com uma dose diária, a senhorita deverá estar livre da dependência em uma semana.

_Obrigada, Prof. Snape. Prometo que amanhã, sem falta, estarei lá.

Os Inseparáveis divertiam-se, principalmente porque um grande problema se resolvera e tudo estava em paz. Dançavam com grande animação e, graças às aulas dos fantasmas de Fred Astaire e Gene Kelly que haviam ficado para o baile a convite de Dumbledore e davam uma amostra de suas habilidades, apresentavam-se de forma soberba. Mas todos ficaram surpresos com a desenvoltura de Snape, que ninguém imaginava saber dançar, a conduzir Madame Rosmerta pelo salão como se jamais tivesse feito outra coisa na vida. Estava tudo perfeito. Boa música, excelentes comes e bebes e um clima de harmonia como raramente era possível ver. Parecia que nada poderia estragar aquela noite maravilhosa.

Continua...

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