quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O SENSEI

Em outro ponto do salão, Arion já havia estuporado dois oponentes e corria para ajudar Victor, mas um Comensal da Morte chegou por trás dele e o petrificou. Com um Kiai de fazer gelar o sangue, ele saltou, cobrindo uma distância de uns cinco metros, atingindo Avery com um chute no tórax em pleno vôo, fraturando-lhe umas duas costelas. O Comensal da Morte caiu ao solo e foi imediatamente estuporado.

_Da próxima eu lhe dobro a dose!

Harry comentou com David:

_Cadê os Aurores? Daqui a pouco vai ficar difícil de segurar esses caras.

_Veja, Harry! _ disse ele _ Nossos reforços estão chegando!

Com efeito, uma esquadrilha de Aurores e membros da Ordem da Fênix, capitaneada por Slughorn e Mestre Mason, irrompia pela abertura resultante da explosão do C-4 que David instalara, todos montados em velozes vassouras Stornbolt. Ainda em vôo, fizeram chover feitiços sobre os bruxos das Trevas. Tinham vindo ajudar os jovens Ninjas, que combatiam naquele salão como anjos furiosos. Admirado, Mason via seus discípulos de Nunjutsu saltarem, correrem por paredes verticais, equilibrarem-se em lugares impossíveis e movimentarem-se como se quase não tivessem peso, parecendo que dançavam no ar (?Isso eu não ensinei a eles. O Bukujutsu cada um aprendeu sozinho, com a força do seu próprio Ki? _ pensou Mason).

_O problema, David, é que os deles também. Veja.

Pelos corredores ouvia-se o tropel de dezenas de bruxos que vinham juntar-se aos Comensais da Morte do salão. David falou:

_Calma, Harry. Já pensei nisso. Aponte sua varinha para a entrada do corredor e coloque fogo naquele monte de pedras. Jan, Amanda, Façam o mesmo nos outros corredores.

Os quatro apontaram as varinhas para o ponto indicado e gritaram juntos:

_Flama!! _ da ponta de cada uma das quatro varinhas, irrompeu um jato de chamas que foi atingir, certeiro, o ponto indicado. Imediatamente a coisa que parecia um monte de pedras pegou fogo, levantando uma densa nuvem de fumaça.

_Agora, conjurem uma brisa para impulsionar aquela fumaça através do corredor.

_Zephyr! _ os quatro bradaram. Uma brisa se formou e levou a fumaça por toda a extensão dos corredores, envolvendo os Comensais da Morte que dirigiam-se ao refeitório. Em um primeiro momento, tudo o que se ouviu foi o som das tossidas dos bruxos. Quando eles chegaram ao salão do refeitório, pareciam estranhamente desorientados, rindo e disparando a esmo seus feitiços, alguns deles atingindo os próprios companheiros, todos com os olhos bastante vermelhos.

_O que houve com esses caras? _ perguntou Harry.

_Eles estão muito estranhos. _ comentou Jana.

_Parece até que estão bêbados ou... _ disse Mandy.

_Totalmente chapados. _ explicou CaBeLu, aos risos _ Aquela fumaça era de C-4 queimado.

_???

_O Prof. Slughorn explicou que o C-4, quando queimado, produz uma fumaça tóxica, que provoca forte sensação de embriaguez. Os caras respiraram aquilo por todo o corredor e chegaram aqui...

_Completamente ?Tchucos?. _ disse Jana rindo, acompanhada pelos outros.

Com a chegada dos reforços de ambos os lados, a luta redobrou de intensidade pois os Comensais da Morte, mesmo entorpecidos pelo estratagema de David, ainda eram bastante perigosos. Mason golpeava e Slughorn enfeitiçava como um raio. Shacklebolt, Dawlish, Williamson, Tonks e outros duelavam com fúria. Entre os membros da Ordem da Fênix que não eram Aurores ativos, destacavam-se Olho-Tonto Moody, Remus Lupin e... Fred e Jorge Weasley.

_Vocês aqui? _ perguntou Hannah, surpresa.

_Acha que nós deixaríamos a diversão toda só para você? _ perguntou Jorge.

_Além disso, ainda iremos ser muito famosos por derrotarmos esses babacas, não é mesmo? _ continuou Fred.

_Sem contar que mamãe nos mataria se deixássemos que algo acontecesse ao Harry. _ finalizou Jorge.

_Vão se ... _ disseram juntos Hannah e Arion, rindo.

Naquele momento Bellatrix, que havia sido reanimada, avançou para eles, pronta para lançar uma maldição letal, mas os gêmeos Weasley estavam preparados. Saltaram, cada um para um lado, escapando dos feitiços da bruxa e jogaram nela algo que se parecia com um emaranhado de fios de lã. Imediatamente aquilo começou a crescer e a se enrolar no corpo de Bellatrix, imobilizando-a.

_Vai ficar fora de ação por algum tempo. Ei, bruxa má, não tente se soltar. Quanto mais você se mexe, mais isso aperta. _ disse Fred.

_Mas não se preocupe. _ continuou Jorge _ Nosso Novelo Constritor afrouxa sozinho.

_É, depois de uns trinta minutos. _ concluiu Fred.

Deixaram Bellatrix às voltas com o Novelo Constritor e foram engajar-se em novos combates. Harry duelava furiosamente, de uma maneira que lembrava Sirius, seu rosto e corpo cheios de pequenos arranhões, resultantes dos estilhaços de pedras que os raios dos feitiços faziam saltar. De repente Lupin jogou-se de encontro a Harry, gritando:

_Cuidado, Harry!!

Um punhal, vindo das sombras de um corredor, passou exatamente por onde Harry estivera há um instante. Errando seu alvo, a lâmina foi cravar-se no ombro de Stivers que, já livre da Maldição Imperius, viera ajudar os outros Aurores, juntamente com os que Dawlish havia libertado das celas onde eram prisioneiros dos Comensais da Morte. Outro punhal veio logo em seguida mas Harry, já prevenido, lançou uma Shuriken que chocou-se com ele, desviando sua trajetória. Sua cicatriz começou a formigar, incomodamente.

_Saia das sombras, cobra medrosa! Será que tem medo de enfrentar um ?aborrecente?, como você mesmo já disse?

_Moleque insolente. _ disse Voldemort, saindo de um dos corredores com uma espada nas mãos. Uma Dai Katana. Imediatamente Harry sacou sua Ninja-to e avançou.

_Duelo de arma branca, serpente dos infernos? Vai encarar uma parada duríssima.

_Você não tem como me vencer, Harry Potter. Preste atenção em qual espada eu estou usando.

A espada Samurai empunhada por Voldemort possuía algumas esmeraldas no cabo e no guarda-mão. Na base da lâmina via-se, escrito tanto em caracteres japoneses quanto em alfabeto ocidental, ?Salazar Slytherin?. Era a espada do fundador da Casa Sonserina, nas mãos do seu descendente.

Sem dar importância para aquilo. Harry avançou mais um pouco, estudando o adversário e estabelecendo sua linha de ação. Lembrou-se das lições de Mason e de tudo o que aprendera sobre Miyamoto Musashi, inclusive com o fantasma do próprio. Então Voldemort atacou, sendo prontamente bloqueado por Harry. O jovem contra-atacou e o Lorde das Trevas defendeu-se. Continuaram assim por um bom tempo, faíscas saindo das espadas a cada vez que se chocavam. De repente, Voldemort conseguiu atingir Harry de raspão no ombro esquerdo. Um filete de sangue escorreu.

_Produzi o primeiro sangue, Harry Potter. Tentarei produzir o último, fazendo sua cabeça rolar pelo chão.

_Vá sonhando, cara-de-cobra. Aqui vai algo para você se lembrar de mim. _ e golpeou, a ponta de sua espada provocando um corte no rosto de Voldemort, que também começou a sangrar _ Todas as vezes em que olhar sua cara feia no espelho, vai recordar-se deste dia.

_Garotinho tolo. Sequer comecei a lutar de verdade. Segure isso! _ e atacou de forma surpreendentemente rápida para alguém da sua idade, utilizando um estilo que chamou a atenção de Mason, que duelava ali perto.

_Harry, ele está usando...

_Já sei, Prof. Mason. É o ?Corte de Nove Espadas?. Mas como você aprendeu isso, Voldemort?

_Da maneira comum, Harry Potter. Como um aluno do Ryu Ninja de Kuji-Kiri. Não alcancei o nível de vocês, jovens, nas artes marciais e nem me interessa. Mas essa técnica eu aprendi quando jovem e, confesso, jamais pensei que a usaria contra alguém. Principalmente contra você. Prepare-se para ir encontrar seus pais, moleque!

Voldemort atacou, utilizando toda a capacidade mortal daquela técnica proibida, ensinada nas escolas da mais negra e maligna distorção dos elevados princípios do Ninjutsu. Esperava simplesmente fatiar Harry inteiro, mas não contava que o jovem Bruxo-Ninja conseguisse simplesmente bloquear e contra-atacar todos os seus golpes. Embora Voldemort fosse, contra todas as expectativas, um magnífico espadachim, Harry Potter não ficava devendo nada em agilidade, força e sagacidade.

_Como conseguiu fazer isso, garotinho patético? Como foi capaz de sobreviver à mais mortal das técnicas proibidas do combate com espada? Um jovem de dezesseis anos não teria experiência suficiente para tal.

_A não ser que ele tivesse como professor alguém que soubesse como fazê-lo, Voldemort. Você sabe que o Ryu de Kuji-Kiri foi destruído nos anos 80, não sabe?

_Sim, sei. _ durante todo o tempo desse diálogo os dois não cessavam de trocar golpes de espada.

_Então você sabe que a escola responsável pela derrota dos Ninjas do mal, desenvolvendo os contragolpes para neutralizar as técnicas proibidas foi o Ryu de Togakure.

_Claro que sei, não sou um bruxo desinformado, seu pirralho abusado.

_Acontece que o nosso Shidoshi, Mestre Derek Mason, é o Sucessor de Togakure.

_Não pode ser! O último Sensei de Togakure não deixou descendentes naturais. A não ser que...

_Exatamente, cobra velha. Derek Mason é o filho de Hiram Mason e Renata Wigder-Mason. Ela era a filha legalmente adotada pelo Sensei de Togakure, com as prerrogativas e direitos de um descendente natural. Ele a treinou como Kunoichi e ela alcançou grau de Mestre Ninja, continuando a sucessão e transmitindo os direitos a seu filho que foi, após a morte dela e de Hiram Mason, criado no Japão por seu avô adotivo e treinado em TODAS as técnicas da Escola Togakure.

_Isso não vai salvá-lo de morrer nas minhas mãos, Harry. É bom saber que o seu destino está selado e que sua vida será tirada pela minha lâmina Murasama. Sim, Harry Potter. A espada pessoal de Salazar Slytherin foi forjada pelo mestre artífice de espadas Murasama, portanto é uma lâmina invencível.

Foi então que Harry começou a ficar meio preocupado. Sua Ninja-to não seria páreo para uma lâmina daquela qualidade. Inclusive ele sentia que ela não resistiria por muito mais tempo.

Dito e feito.

Após um golpe de Voldemort a lâmina da espada de Harry se quebrou e ele foi lançado ao solo pela força do golpe. Voldemort aproximou-se para dividi-lo ao meio com um só golpe. Levantou a espada e sorriu, distendendo aquela cara de serpente. Todos cessaram temporariamente os combates, prestando atenção na cena que se apresentava. Parecia que tudo estava perdido e que seria o fim de Harry Potter, e logo o fim dos Herdeiros

Mas...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A REDENÇÃO DE NARCISA MALFOY

Quando a poeira baixou, os Aurores começaram a arrebanhar os Comensais da Morte que tentavam fugir, cansados demais para duelar. Mason correu até os seus discípulos de Ninjutsu, encontrando-os sentados no chão, extenuados devido à enorme quantidade de energia despendida na formação do Olho de Shiva.

_Amanda! Diego! Vocês estão vivos, que bom! Harry, você acabou com ele, não foi?

_Não, Mestre Mason. O demônio conseguiu desaparatar, uma fração de segundo antes que o Olho de Shiva o atingisse. E, aliás, não o conjurei sozinho. Todos nós o fizemos, caso contrário ele não seria tão forte. _ disse Harry, sentado no chão _ Mestre. Mason, senti a minha Terceira Visão ser despertada e acho que o Di e a Mandy também sentiram, não foi?

os dois concordaram com a cabeça, bastante cansados. O Olho de Shiva era uma realidade e havia sido usado por aqueles três valorosos jovens de coração puro.

_Vocês precisam repor as energias, depois do esforço que fizeram. Isotonikós! _ Bradou Slughorn que se aproximava, três garrafas de isotônico foram conjuradas e materializaram-se à frente dos Bruxos-Ninjas, que começaram a beber _ Harry, vamos ver esse corte nas suas costas...Caracas, que profundo! E você não é o único. Todos estão precisando de assistência. Fawkes, venha cá um instante, por favor.

A bela ave aproximou-se e começou a derramar lágrimas sobre os fundos talhos nas costas e no braço de Harry. Depois que os ferimentos foram cicatrizados, sem deixar marcas, Fawkes curou os outros jovens Bruxos-Ninjas, um a um. Eles foram até o centro do salão, onde uns poucos Comensais da Morte, Lucius Malfoy entre eles, ainda teimavam em resistir, continuando a duelar e sendo derrotados pelos Aurores. Em menos de trinta minutos a batalha de Azkaban, para a qual os oito jovens haviam estabelecido a cabeça-de-ponte, estava terminada. A vitória pertencia às forças da Ordem da Fênix.

Os Comensais da Morte estavam sendo colocados em fila e imobilizados, um a um, para serem contados e levados de volta às celas. De um corredor lateral saiu Narcisa Malfoy, que havia sido reanimada do Feitiço Morpheus de Jana por outro Comensal da Morte mas que, por também ter inalado a fumaça de C-4 queimado, ficara tonta demais para retornar ao combate, tendo permanecido na sala onde Jana e Lucius a haviam deixado. Ainda estava meio desorientada.

Mason perguntou:

_Harry, como foi que você conseguiu invocar o Olho de Shiva e como foi que vocês conseguiram dar a esse feitiço perdido tamanha intensidade?

Olhando para Mason e para seus amigos, Harry Potter respondeu:

_Não sei bem ao certo, Mestre. Mason. Quando Voldemort pronunciou a primeira parte da Maldição Avada Kedavra eu acho que entrei em uma espécie de transe que durou menos de um segundo mas que, para mim, pareceu durar uma meia hora. Nesse transe, primeiro vocês todos pareciam estar paralisados e, depois, tudo sumiu e eu estava em um local fora do tempo e do espaço, dialogando com as divindades do Panteão Hindu. Brahma, Vishnu, Shiva, Sarasvati, Parvati, Kali, Durga, Gauri e Ganesh falavam comigo e me aconselhavam, principalmente Shiva, que não parou nem por um instante de executar a Dança Nataraja. Ele me mandou utilizar o mantra do Olho de Shiva, dizendo que o que o faria funcionar seriam a pureza do coração e a força do espírito.

_Mas ele não lhe ensinou o mantra?

_Na verdade, Mestre Mason, o mantra sempre esteve em minha mente, só que em um nível subconsciente, pois foi uma das coisas que Voldemort me passou quando tentou me matar pela primeira vez. Era uma lembrança do seu tempo de estudante, de quando ele havia lido o livro, antes de arrancar as páginas e depois roubá-lo de Hogwarts. O que Voldemort realmente queria era sacrificar Amanda para, com o seu sangue derramado sobre o livro, revelar a localização da quarta Pedra de Sankhara, assim encontrando quarto herdeio.

_E ele teria conseguido, se não fosse por um fato cujo conhecimento ele não tinha. _ disse Amanda, sorrindo e piscando para David, que abraçou a namorada.

_Incrível como todos os fatos convergiram dessa forma. O livro estava de posse da família da pessoa que poderia fazer com que ele revelasse seus segredos. Realmente, o acaso não existe. Seria uma predestinação?

Harry então falou:

_Acho que nem tudo é predestinado, Mestre Mason. Nos momentos realmente importantes é o nosso arbítrio que conta, para que tomemos as decisões que darão rumo aos fatos. Mas acredito na convergência dos fatos. Lilian poderia se aliar as Trevas ou fazê-lo em outro momento, mas então conheceu a verdadeira amizade e tomou sua decisão na hora certa. O aprendizado de Ninjutsu nos possibilitou estabelecer a cabeça-de-ponte que permitiu o ataque dos Aurores. Mas não teríamos conseguido se Lilian não fosse pára-quedista e não tivesse tido a idéia. A sua orientação, foi importantíssima para que fizéssemos a coisa da maneira certa. Jana Feubor, xereta como sempre, testemunhou todo o rapto do Diego e nos deu informações detalhadas. Mas o aviso de Firenze é que foi fundamental para que traçássem a nossa estratégia.

_Sem dúvida, Harry. _ disse David. Mas foi bastante arriscado fazer as coisas como fizemos.

_Era a única chance do plano dar resultado, David. Sem isso, a vitória de Voldemort seria certa. Não havia outro jeito senão Lily e eu trocarmos de lugar.

Enquanto conversavam os outros Aurores colocavam os bruxos da Trevas em fila e iam identificando cada um deles e manietando-o com um par de algemas que impedia sua desaparatação. Fred e Jorge juntaram-se a eles. Mais tarde, Lily chegou acompanhada po Dumbledore ao local.

Os amigos estavam conversando tranqüilos e recuperando-se do combate, bastante descontraídos. Entre os prisioneiros que aguardavam para serem algemados, encontravam-se Lucius e Narcisa Malfoy. Diego, Sophia E Llian saíram de onde estavam e aproximaram-se do casal. Narcisa tinha uma expressão de tristeza mal disfarçada, enquanto Lucius encontrava-se estranhamente calmo. Havia algo que ninguém sabia.

A varinha pertencente a Lily, ainda estava guardada dentro de suas vestes. Ele apenas aguardava que a oportunidade se apresentasse e ela logo surgiu, com a aproximação de Sophia, Lily e Diego.

Lucius Malfoy atingiu com uma cotovelada o auror que ia algemá-lo, Shacklebolt. O negro alto e careca caiu ao chão, sem ar, devido ao golpe no diafragma. O Comensal da Morte sacou a varinha de dentro das vestes e apontou-a para os garotos, dizendo:

_Eu prefiro que seja interrompida a linhagem Malfoy nesse exato instante do que vê-la conspurcada pela bondade dessa renegada da minha filha . AVADA KEDAVRA!!

_NÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!! _ ouviu-se um grito.

Os acontecimentos que se seguiram pareceram demorar uma eternidade, embora tivesse passado um intervalo menor do que três batidas de coração, no qual houveram os seguintes eventos:

Narcisa Malfoy gritando;

Narcisa Malfoy desaparatando do lado de Lucius;

Narcisa Malfoy aparatando a frente de Lily;

Narcisa Malfoy empurrando Lily para longe do raio de ação da Avada Kedavra de Lucius;

Narcisa Malfoy recebendo, em cheio, todo o impacto do raio verde da Maldição da Morte;

Narcisa Malfoy caindo ao solo;

Narcisa Malfoy estirada no chão, moribunda.

Vendo aquilo, Lucius gritou:

_Narcisa! _ e, logo em seguida, _ Mulher tola e fraca! Por que foi que ela fez isso? Sacrificar-se por aquela filha renegada?

Lily ouviu as palavras de seu pai e sacou sua varinha cristalizada, com os olhos faiscantes de fúria:

_Como pôde fazer isso, meu pai? Havia tempo para suspender a maldição antes que minha mãe fosse atingida. Como pôde matá-la e, o que é pior, não demonstrar o menor remorso? Não o chamo de animal para não ofendê-los, pois um animal não faria o que o senhor fez. A prisão é boa demais para o senhor, meu pai. Prepare-se para receber o que lhe cabe. Avada...

_Impedimenta! _ Ouviu-se a voz de Arion e Lilian foi lançada longe, com a Azaração de Impedimento _ Não, Lily, não faça isso! Ele não merece!

Lucius tentou aproveitar-se da situação e, novamente, apontou sua varinha para os dois, mas não pôde utilizá-la. Sophia foi mais rápida do que ele e disparou seus feitiços na direção do Comensal da Morte.

_Estupefaça! Incarcerous! _ Lucius foi estuporado e caiu ao solo, já todo amarrado, a varinha indo parar fora de seu alcance.

Arion correu para onde Lily estava caída, ainda meio atordoada pela Azaração de Impedimento, dizendo:

_Me desculpe, meu amor. Acontece que eu não podia deixar que você descesse ao nível dele.

_Eu sei, Arion. Obrigado por ter me impedido de fazer uma loucura, enquanto eu estava com a cabeça quente e cega de fúria.

Um gemido os interrompeu.

_Mãe!! _ os dois correram até onde Narcisa estava caída e ajoelharam-se, um de cada lado, amparando-a.

_Lilian, filha... não me resta muito tempo. A maldição de Lucius não teve... força suficiente para me matar... na hora, m-mas já sei que não vou escapar.

_Não, mãe! _ e, apontando a varinha para o próprio peito, começou a dizer: ?Vita...?, no que foi interrompido por Narcisa:

_Eu a proíbo, filha. Mesmo... o Beijo da Vida já... n-não pode me salvar. Só quero lhe pedir que... que me perdoe. M-me deixei seduzir... pelo caminho das Trevas, mas não p-poderia permitir que Lucius matasse... nossa própria filha. E... e quanto a você, Arion... Geoffrey, se Lily ama você... isso quer dizer que você é muito especial. Faça-a feliz,... sejam f-felizes, vocês... dois, com ... a minha... minha bênção. _ com um último esforço, Narcisa ergueu-se um pouco, beijou o rosto de Lilian e o de Arion. Em seguida sorriu, fechou os olhos e morreu, nos braços do casal.

Lilian olhou para o rosto de sua mãe, olhou para Arion e começou a chorar, até que este chamou sua atenção para algo:

_Veja, Lily! O antebraço de sua mãe!

No antebraço esquerdo de Narcisa Malfoy a hedionda Marca Negra foi começando a ficar menos escura e mais indefinida, clareando cada vez mais, até desaparecer completamente.

Lilian ainda chorava, mas era um choro no qual a tristeza mesclava-se ao alívio. Narcisa morrera em paz. O seu sacrifício de amor a havia redimido.

Os outros aproximaram-se do casal, que continuava a sustentar o corpo de Narcisa. Harry ajoelhou-se ao lado de Lilian.

_Sinto muito, Lily. Não imaginava que fosse terminar assim.

_Não terminou, Di. Ela morreu livre de qualquer vínculo com Voldemort. Veja só, já não há mais qualquer vestígio da Marca Negra. Devemos agora cuidar de dar à minha mãe um funeral digno. _ dizia a loira, enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto.

Lucius Malfoy já havia sido reanimado do estuporamento lançado por Arion e estava sendo algemado pelos Aurores. Lily e Arion aproximaram-se dele.

_Pagará pelo que fez, meu pai. Isto vai lhe render uma sentença de prisão perpétua aqui em Azkaban Na verdade eu me enganei. A morte seria uma libertação, algo rápido demais. O senhor merece uma vida inteira de remorso e arrependimento, encerrado neste buraco.

_Só me arrependo de não ter conseguido atingir você. O que será agora da linhagem dos Malfoy, maculada por uma REGENERADA?

_Tenho certeza, meu pai, de que ela irá melhorar bastante. Quase todos os Malfoy, desde a Idade Média, sempre foram obcecados pela idéia de pureza do sangue, sem que abrissem os olhos para a realidade. Não há diferenças entre nascidos bruxos e nascidos trouxas. Hermione é a prova disso. Certa vez Harry comentou comigo que Dumbledore havia dito a Fudge que o importante não era o que a pessoa era ao nascer, mas o que ela fazia da sua vida a partir daí. Eu concordo com ele. Não posso crer que, um dia, senti orgulho do senhor e pensei que o senhor poderia mudar. Hoje fico feliz de haver chegado à conclusão de que a única semelhança que possuímos é a aparência física e nada mais. Somos muito diferentes, meu pai. Eu aprendi a reconhecer o valor de uma pessoa pelos seus méritos pessoais e não pelas suas origens. Quero lhe dizer que assumi o compromisso de lutar o máximo possível pelo restabelecimento da antiga harmonia entre bruxos e trouxas. No fundo, não há diferenças entre nós e eles.

_E você, mestiço idiota que virou a cabeça da minha filha? Não tem nada a dizer?

_Lilian já disse quase tudo, Sr. Malfoy. E agora já sei que o senhor é, na verdade, um desequilibrado e um fanático. Aqui é, realmente, o seu lugar. Somente em Azkaban o senhor não será um perigo para bruxos, para trouxas ou para si mesmo. Não considere a minha união com Lilian como se fosse uma mácula na linhagem Malfoy, mas uma entrada dos Malfoy no mundo real, uma injeção não de sangue mestiço, mas de sangue novo. Um dia, Sr. Lucius Malfoy, a bruxidade irá mencionar o seu sobrenome não com receio, medo ou suspeita, mas com orgulho e respeito, sabendo que não mais pertencem à Ordem das Trevas. A própria Narcisa Malfoy já sentiu os efeitos, ao morrer.

_Como assim, Sr. Campbell?

_Ao dar a vida para salvar Lilian, ela se redimiu e a Marca Negra desapareceu do antebraço dela. Ela morreu em paz o que, acredito, não ocorrerá com o senhor. Da justiça dos homens o senhor até pode escapar, como já o tem feito por todos esses anos. Mas há uma justiça maior, da qual ninguém escapa. E é nessa Justiça, Sr. Malfoy, que o senhor encontrará o seu julgamento final neste ciclo, neste Samsara. Quem sabe o senhor retorna no próximo ciclo como uma boa pessoa e pode purgar o Karma do seu passado e, assim, evoluir? Mas uma coisa é certa, Sr. Malfoy. O fanatismo pela pureza do sangue é um caminho errado. Espero que o senhor ainda consiga enxergar a verdade antes do fim deste seu Samsara.

Abraçou Lilian e ambos afastaram-se, enquanto Lucius Malfoy era conduzido à sua cela, rubro de raiva com as verdades jogadas na sua cara por dois jovens de dezesseis e dezessete anos. Os dois sequer olharam para trás.

Juntaram-se aos amigos e continuaram a matear, enquanto aguardavam o momento do retorno para Hogwarts. Quando chegou a hora, acionaram a Chave de Portal e desapareceram de Azkaban, Diego sobraçando o livro ?Luzes da Trindade? e Harry levando consigo a ?Espírito do Artífice?, a espada de Godric Gryffindor com sua aparência original de Dai Katana.

Materializaram-se em Hogwarts, no gabinete de Dumbledore.